entre o prazer e a dor
no limite dos opostos
na nudez de todos os ais
os loucos ignoram
só os reconhecem mesmo
aqueles que amam demais
são hiatos preenchidos
de infinitos vazios
saudades que sequer supunha-se existir
um porto de barcos
que chegam e vão, uns trazem boniteza
outros não
um controverso cais
nele só aportam
aqueles que amam demais
as partidas, as despedidas
os mares, os rios, as águas da vida
é sobre o tempo que se esvai
se há passageiros ou se apenas ilusões viajam
não se ousa perguntar jamais
afinal é matéria de extinção
(ou se escondem na solidão)
aqueles que amam demais
Santo Amaro-MA, 25 de julho de 2022.
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