calmo
vai sereno, cruza pedras sem tropeços
sobe ao cume mais alto
atravessa o ar entre os braços
e guarda o olhar que ninguém decifra
o homem-sem-alma vai desatento
não há frio
noite
ou relento
que desvie seu pisar
cheio de certezas
o homem oco d’alma é só calma
é manso, intrépido
desconhece o medo
nem o ódio
ou o bem
ele é claro como o orvalho
leve como o dente-de-leão:
o vento sopra
e ele ganha o infinito
o homem desprovido de alma não foi menino
nem velho será
passado e futuro não se convergem
presente é apenas o que há
se sente fome, nunca se soube
se chora, ninguém viu
padece apenas de uma enfermidade
a ele lhe falta
humanidade
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