Tenho tanta saudade de mim...

domingo, agosto 30, 2009

a grandeza do vazio

Ela não cabia em lugar algum.
Era opaca, bege, sem graça, sem vida
mesmo que sempre estivesse ali
não se punha em qualquer espaço vazio.
Não tinha forma definida,
às vezes grande,
às vezes vil,
às vezes sete
ou mesmo mil,
não se continha sequer
naquele canto escondido, frio.

Sua existência quieta, sutil,
inundava todos os espaços
num segundo fugia tudo que era claro
E minha paz, onde? Sumiu.


Não era questão de escolha
trazia de herança,
muitas almas,
gerações passadas.
Nascida de muitos partos:
os antigos, dolorosos
os atuais, cesáreas.
Abismo humano
 instante insano
a mulher se iguala
brutos animais
bichos no cio
surge das entranhas
a humanidade.

Se me entrego aos seus braços
não sou digno dos brios,
mesmo forte, caudaloso rio
destas águas devo ser fugidio.
Seu nome jamais atrevo
não por medo,
é que se pronuncio seu nome
seu significado insone,
faz meu corpo jovem em senil.