abro os braços-condor
do passado do agora
com dor, abro os braços
sem ais
os termais
condor
voo mais
as penas
do mundo sinto
apenas
com dor
fecho os olhos
as películas da retina
o bico que criva o ar
rapina
minha sina
seguir abismos
com dor
condor
movo, maestro dos céus
sinto
vento pulsar tormento
é que rasgo montanhas
sedento
de lonjuras de alturas de mim
condor
sem dor
senhor
de meu fim
Tenho tanta saudade de mim...
sábado, março 21, 2020
não mais o gozo
Não quero teu gozo de pílula alucinógena
no segundo mais-que-perfeito
de ais
finais
não!
Quero o meio
a labuta
a haste viril e dura
o suor os pelos e a pele
bruta
anda, finca o teu pendão
neste orifício tímido inculto.
Não! Não quero revirar os olhos:
dura segundos!
Não vale o ódio.
Muito mais a noite inteira
sua pupila acesa
meus poros desvirginados
gota
espessa.
Dá-me o caminho
não a vereda
grandes sertões caatingas
rompe o mato com tua foice
certeira
devasta meus latifúndios
e deixa que clamem pelo greenpeace
ou satélites russos
não há hora
segura agora
meus pulsos
e fode
mete forte
para o tempo!
vai fundo
e se atrasa pra sempre
no meu mundo.
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