Ele é o meu senhor
De tudo é atento
Não tem pena
E lhe falta pudor
Não encena
Me destreina
Se suspiro,
Vem calar com austero rigor!
Ele é sim o meu senhor
Vem! Me domina
Com olhar felino
me fulmina
Fugir não posso
(e nem quero)
É que na angústia, no desespero
Ele se faz maior.
Oh, meu senhor
Estou inteiramente entregue
Aos seus sabores
Ao seu pendor
Sei que nunca está distante
E às vezes é ágil e fugaz
Outras, manso, isento e atroz
Mas consigo repouso e levanto
E sonho, sonho longe, sonho alto,
Numa terra onde corro livre e
veloz.
É ele o meu senhor: o tempo
Invisível e leve como pena,
Implacável qual muralha de pedra
Dura, firme, sem fenda,
É a certeza do infindo existir.
Das transgressões do corpo e da
alma
Ele será juiz
E da (tua) espera lenta
Será da vida o elixir.
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