Tenho tanta saudade de mim...

segunda-feira, janeiro 01, 2018

menina-noite

A menina camuflada de noite
abre as frestas da alma
Ilumina, menina,
ilumina!
que o preto da tua pele brilha
É pra ti que existe a poesia
É pela força de teus filhos não paridos
Pelo sol que evapora de teus poros
Pelo mar que escorre dos olhos
dum continente ancião invadido
sequestrado e banido.

Ah menina vestida de noite
dança nos meus sonhos, vem,
tece com tuas pernas os caminhos:
as ruas, nuas, são tuas,
menina de Ébano.
Abre de novo as frestas d’alma, abre.
Ilumina! Ah, ilumina!
O mundo precisa sempre, e mais, e de novo
dos teus doces
e tão antigos olhos.

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