Tenho tanta saudade de mim...

sexta-feira, novembro 20, 2009

longe

Hoje provei do desespero. Dizem que tem um gosto amargo e seco, discordo, ele só dói. Não tem gosto de nada até mesmo porque ele traz consigo a imensidão do nada. Um hiato de silêncio que grita (e já ouvi dizer que quando o grito supera o poder da palavra é que o homem perdeu a razão). Pois assim estou.

Não é o mesmo sentimentalismo barato, o furor frívole dos amores incertos ou , quem sabe, de todas as incertezas mundanas, não! é diferente, é mais pesado, metastático: um câncer. Como se todas as vísceras se entranhassem umas nas outras e perdessem toda a coordenação orgânica que permite o cumprimento do compasso tênue da vida.

É iminência de morte. Acho que chamam isso de saudade.

2 comentários:

Sandra Timm disse...

O desespero realmente não tem sabor... apenas um vazio que não cansa de se expandir e arder....

Só quem o sente pode defini-lo.

Só quem o sente pode sabê-lo.

Só quem o sente morre cada dia aos poucos....

Anônimo disse...

Depois da tempestade sempre vem a bonança...

Saudações