Era tarde ainda cedo e o vento que estremecia as vidraças das janelas entreabertas abrandava o calor que fazia no apartamento. Da sacada, de cabeça baixa olhando uma plantinha no jardim do condomínio ouço o telefone e nem precisava pegar o aparelho pra saber quem me ligava. Taquicardia. Ouço sua voz, triste. Não poderíamos nos ver no fim da tarde... Sempre fui muito dramático e intenso em minhas palavras, talvez porque eu seja realmente assim já que depois daquele telefonema de pouco mais de meio minuto um buraco me sugou do chão, meus ossos estremeceram, meus ouvidos morreram, os olhos ficaram úmidos e então chorei.
Nem mesmo consegui entender tudo aquilo, afinal nos conhecíamos há menos de uma semana e parecia que tudo era tão forte como uma rocha, como uma vida inteira. Aliviei meus pensamentos ruins, acalmei a angústia do instante. Liguei o som. Aquela música me fazia lembrar de cada pedaço de sua boca, cada centímetro de seu corpo, cada suspiro e então viajei naquele devaneio. Num infinito, busquei o gozo deste momento e percebi que a simples certeza de sua existência era suficiente para o meu amor. Nunca imaginei que pudesse um dia voltar a ser pura sensibilidade assim. Perdi minha pele e estava novamente em carne viva e em sangue. Dói estar assim, admito, mas nada se compara ao prazer de poder sentir tudo com tamanha intensidade, até mesmo o pouso duma mosca em minha superfície cálida.
Agora, desnudo e sem pele, nada pode cobrir meu corpo, nenhuma máscara, nenhuma capa. Completamente desprotegido, indefeso e sem armas estou. Não há segredos e mesmo assim nada temo. Nada me toma de incerto. Sou como se quer. Amo apenas.
Nem mesmo consegui entender tudo aquilo, afinal nos conhecíamos há menos de uma semana e parecia que tudo era tão forte como uma rocha, como uma vida inteira. Aliviei meus pensamentos ruins, acalmei a angústia do instante. Liguei o som. Aquela música me fazia lembrar de cada pedaço de sua boca, cada centímetro de seu corpo, cada suspiro e então viajei naquele devaneio. Num infinito, busquei o gozo deste momento e percebi que a simples certeza de sua existência era suficiente para o meu amor. Nunca imaginei que pudesse um dia voltar a ser pura sensibilidade assim. Perdi minha pele e estava novamente em carne viva e em sangue. Dói estar assim, admito, mas nada se compara ao prazer de poder sentir tudo com tamanha intensidade, até mesmo o pouso duma mosca em minha superfície cálida.
Agora, desnudo e sem pele, nada pode cobrir meu corpo, nenhuma máscara, nenhuma capa. Completamente desprotegido, indefeso e sem armas estou. Não há segredos e mesmo assim nada temo. Nada me toma de incerto. Sou como se quer. Amo apenas.
4 comentários:
puuuutz.... por enquanto prefiro me deixar coberto... certos momentos da vida temos medo de nos sentir assim.. desprotegidos... mas tu es um campeao so oelo fato de expor tao bem quando nos sentimos momentaneamente apaixonados... ou quem sabe.. pra vida toda... c escreve muito bem Guara. Admito-te, amigo.
José,
acho q não somos Camila, Lispector e José à toa. É sempre algo/ alguém q nos impulsiona a sermos assim. É por isso q Camila e José estão em tudo: nas coisas, nas pessoas, no vento, na natureza e até as vzs no q é mais asqueroso e deprê. É por isso q vivo José!
Um beijo,
Camila de José
Zé,
ontem assisti RAN, do Akira Kurosawa. Filme lindo e igualmente triste. Bem Camila, bem José. Assista se puder.
beijos mil,
Camila.
O amor... queria eu saber o que isso significa.
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