Não surge ao acaso.
Nasce vaidosa pelo artista.
Meticulosamente pensada.
Têm sons inclusive suas vírgulas.
É refúgio de alguns em dias cinza,
desejo de mundo que alucina.
Bebo seus versos como louco
não pela sede que fere as entranhas,
nela alivio meus temores
e corro livre pelas planícies,
meus abismos, suas montanhas.
Serpentina enleada em retalhos
de tecidos vivos, peles e feridas,
jorra sangue nos olhos dos inglórios
homens de vidas miseráveis e aturdidas.
É mulher ou mesmo ninfa,
virgem pura e puta. Assinta!
Na amargura de minhas noites infindas,
suga meus lábios com furor
rouba vampira meu calor
e debruça meu corpo sem vida
que só encontra o sopro divino
na alvorada,
com pássaros
e suas cantigas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário