sou sim
inteiro, completo
esculpido
o repertório humano
imundo! insano!
gritam
nem inteiro
nem meio, nem fim
homem ou mulher
alfa, ômega, uma drágea de malmequer
repousa tudo aqui
o sexo, o orifício, o suicídio
nem homem, nem mulher
sou enfim
tatuado o corpo, liberta a alma
o primeiro, só um meio
o outro, sem fim
partida imagem
dum jesus transfigurado
não em lenços abençoados
não!
em porretes, chutes dos soldados
da fé
o céu é o mal do mundo
cruel, lote comprado: quem quer?
sou meio de mim
a outra metade me arrancam
violentam, estupram, sangram
tapas, cuspes, desaforos
nem homem, nem mulher!
a dualidade chata, humano burro
sou sim
imenso, sou tudo
da estupidez, corro
do binário, surto.
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