Busquei-a nos confins do mundo
arrastei-a pelas pernas
esfreguei sua fuça no lamaçal
arranhou-se, taquei-lhe sal!
Pu-la à beira do precipício:
- Pula! - gritei.
Pediu-me misericórdia
suas córneas vis
fitavam em agonia
e a empurrei desfiladeiro abaixo...
Antes de seus ossos
estalarem na pedra
e a cara enfim transfigurasse
rasgou-se ao meio
seus dedos vermelhos
arrancaram sua dor
e voou bem alto
condor.
Na medonha altura
me fugiu.
Dali, ainda me instiga:
arranca sua penas
os meus poemas
espalhados
no vento.
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