A tarde quente
do verão equatorial,
do verão equatorial,
com os sons dos carros,
em uníssono caos,
invadiam a janela, brutal,
invadiam a janela, brutal,
ferviam meu corpo nu
coberto de suor, de sal
correndo ligeiro entr'os pelos,
nas curvas, até a virilha e o pau.
São estes os vilões: os dedos!
dantes débeis e ingênuos,
das carícias de pequeno
(desde os oitos anos exatos)
no sexo frágil - púbere falo,
levando as pernas em riste
neste rítmico embalo
do desatar frenético de fivelas
trazendo o gozo em jato.
São eles os culpados,
Seus discípulos do Diabo!
Que mesmo das regras, dos ditados:
que em mãos enfadonhas
crescem pelos, verrugas e cravos!
Transgrediam adictos,
rompendo sermões nefastos
dos padres em missas de domingo
que a mim dirigiam o veredito:
É coisa do demônio, filho!
É o mais puro pecado!
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